Há livros que podem ser queimados?

Literatura e resistência


Numa biblioteca pública, um grupo de estranhos reúne-se para participar num clube de leitura. Burn Burn Burn aproxima-nos do universo do romance distópico Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, publicado em 1953, onde livros são proibidos e “bombeiros” queimam qualquer obra encontrada. No microsite que dedicamos à peça revelamos mais detalhes que inspiraram a nova criação do coletivo Os Possessos com texto e encenação de Catarina Rôlo Salgueiro e Isabel Costa. 
Catarina Rôlo Salgueiro e Isabel Costa / Os Possessos - Burn Burn Burn

Bibliotecas queimadas
 

BRIGADA DO PAPEL EM VILNIUS, 1940

um grupo de judeus arrisca as suas vidas para salvar milhares de livros

BIBLIOTECA DE SARAJEVO, 1992

é queimada por forças Sérvias durante a guerra da Bósnia

FUNDAÇÃO DE MEMÓRIA DO IRAQUE, 2000

fundada em Bagdá para proteger documentos Iraquianos depois de uma tentativa para os destruir

BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE LOVAINA, 1914

é queimada por tropas Alemãs durante a primeira guerra mundial

BIBLIOTECA DO CAPITÓLIO, WASHINGTON DC, 1814

é queimada por tropas inglesas

BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA, 48 a.C.

é destruída durante a campanha de Júlio César 

BIBLIOTECA DE NALANDA, ÍNDIA, 1193

é queimada por exércitos muçulmanos Bakhtiyar Khilji

BIBLIOTECA DE CONSTANTINOPLA, 1204

é destruída durante o saque a Constantinopla da Quarta Cruzada

BIBLIOTECA DA CIDADE PROIBIDA, CHINA, 1860

foi destruída parcialmente pelas forças franco-britânicas

BIBLIOTECA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 1922

ardeu como resultado da frágil conservação do edifício

“Assim que 10 pessoas sabem um poema de cor, não há nada que a KGB, a CIA ou a Gestapo possam fazer. Esse poema vai sobreviver”.


George Steiner em entrevista ao programa de televisão
Of Beauty and Consolation
FAHRENHEIT 451. entrevista com Ray Bradbury
No palco de Burn Burn Burn, Catarina Rôlo Salgueiro e Isabel Costa, do coletivo Os Possessos, juntam-se pela primeira vez para criar um espetáculo. Inspirado em Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, aborda a censura, a reescrita de livros e uma sociedade inflamada e polarizada. Entre palavras e sons, aproximamo-nos do universo do romance distópico publicado em 1953, onde livros são proibidos e “bombeiros” queimam qualquer obra encontrada.
V&aacute;rias edi&ccedil;&otilde;es de<em> Fahrenheit 451</em>V&aacute;rias edi&ccedil;&otilde;es de<em> Fahrenheit 451</em>
Várias edições de Fahrenheit 451
&copy;&nbsp;Filipe Ferreira.<br />
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Catarina Rôlo Salgueiro

Nasceu em Lisboa em 1991. É diplomada em Teatro - Ramo Actores, pela Escola Superior de Teatro e Cinema e cocriadora do colectivo artístico Os Possessos. Como actriz, trabalhou com Maria João Luís/Teatro da Terra, Maria Duarte, Ricardo Neves-Neves/ Teatro do Eléctrico, Teresa Coutinho, Susana Gaspar, Teatro da Cidade, UmColectivo, Teatro Tapafuros, Byfurcação, Teatro Bocage, Companhia da Esquina, Teatro de Carnide e colaborou com o coletivo Building Conversation, no Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII). Com Os Possessos, participou em Rapsódia Batman (2014), II – A mentira (2015), Marcha Invencível (2017), O Novo Mundo (2018), Maratona de Manifestos (2021) e A Nossa Cidade (2021), tendo assinado as criações de A Bolha (2019), em conjunto com João Pedro Mamede, e Ainda Marianas (2022), em conjunto com Leonor Buescu. Assina ainda a criação de Para acabar com o julgamento de deus, de Antonin Artaud (2022), em conjunto com Jenna Thiam e Surma.

Fez assistência de encenação a Ricardo Neves-Neves (A Noite da Dona Luciana, de Copi, e Encontrar o Sol, de Edward Albee) e a Tiago Rodrigues (Sopro, de Tiago Rodrigues).

Em cinema trabalhou nos filmes Verão Danado e By Flavio, de Pedro Cabeleira, A Herdade, de Tiago Guedes e Sombras Brancas, de Fernando Vendrell. Em televisão trabalhou com Fernando Vendrell (3 Mulheres) e na peça televisiva de Ricardo Neves-Neves para a RTP2 (A Preceptora).

Isabel Costa

Isabel Costa é actriz e encenadora. Trabalha em teatro, cinema e em curadoria de artes performativas. É licenciada em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Completou a sua formação na Universidade de Warwick (Inglaterra) e na UNIRIO, no Rio de Janeiro.

É membro da companhia de teatro Os Possessos desde 2014. Na área da curadoria trabalhou no Paço Imperial, no Rio de Janeiro e na Galeria Luis Serpa, em Lisboa. Em 2016 termina o mestrado Erasmus Mundus Crossways in Cultural Narratives, tendo passado por pela Universidade Nova de Lisboa, pela Universidade de Perpignan, em França, e pela Universidade de Guelph, no Canadá. Em cinema trabalhou com Miguel Clara Vasconcelos, Miguel Nunes, Guilherme Daniel, Pedro Neves Marques, Leonor Noivo e Susana Nobre.

Em 2017 apresenta a sua primeira criação “Estufa-Fria-A Caminho de uma Nova Esfera de Relações” na Bienal de Jovens Criadores, e a primeira edição do Projeto Manifesta. Em 2019 dirige as criações “Maratona de Manifestos” e “Salão Para o Século XXI.” Apresentou o seu trabalho no Museu MAAT, no Teatro Municipal do Porto - Rivoli, no Festival Cumplicidades, na Galeria Hosek Contemporary, em Berlim e no Festival Temps D'Images.

Em 2020/21 assina a curadoria do "Ciclo de Reenactments - Performance Arte Portuguesa". Em 2022, assina a curadoria do ciclo "Sound and Future - Four Tools to Unblock the Present". Em 2023 dirige o espectáculo “Som e Fúria”, no TBA e o espectáculo “Manifestos Para Depois do Fim do Mundo”, na Culturgest, uma produção d’Os Possessos. Em 2024 é selecionada para o European Fund For Emerging Artists e para o Festival Fastforward, na Alemanha. Apresenta o seu trabalho em Ravenna, Itália, e em Havana, Cuba. 

 

 

 

&copy; Nuno Concei&ccedil;&atilde;o.&copy; Nuno Concei&ccedil;&atilde;o.
© Nuno Conceição.
FICHA TÉCNICA

FOTOS
Filipe Ferreira
 

EDIÇÃO
Carolina Luz

REVISÃO DE CONTEÚDOS
Catarina Medina

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