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Adriana Sá

Adriana Sá

Agora

Adriana Sá

Agora

© Bruno Castro.
© Bruno Castro.
© Bruno Castro.
© Bruno Castro.

AGORA, a estreia absoluta da peça sonora original de Adriana Sá — um trabalho áudio transmitido em streaming. Para ver no FacebookYoutube e Instagram da Culturgest.

Durante o período em que a população portuguesa esteve sujeita às novas regras sociais dos vários estados de emergência que vivemos, Adriana Sá, tal como muitos de nós, olhou e ouviu a sua cidade de um modo muito diferente do habitual. A perceção que teve do seu meio ambiente alterou-se, levando-a a percorrer as ambivalências, e até os paradoxos, que existem entre os mundos interior e exterior, entre os espaços privado e público.

Ao longo dos passeios que o confinamento obrigatório permitia, foi gravando pequenos e disciplinados diários sonoros que documentavam, sem objetivo, o percurso que fazia desde a sua casa até ao limite da beira-rio. Não procurou nada senão a captação de uma nova atmosfera carregada de novos silêncios mas também, e sobretudo, de novos ruídos, tensões e sons, como se um renovado catálogo de estímulos alterasse o panorama multissensorial. Depois conjugou esses sons respeitando a sua ordem sequencial, de modo a explorar a dramaturgia do seu percurso diário.

Com o convite da Culturgest, Adriana Sá resolveu encarar este diário urbano como uma tranquilizante partitura de formas e cores, combinando-o com a zither e um software que processa sons pré-gravados com base no input desse instrumento. Lisboa tem sido protagonista das suas composições, mas nunca como em “Agora” parece conduzir-nos com tanta acutilância a nossa escuta, apontando as múltiplas direções que sugere e dando-nos pistas para nos relacionarmos com a cidade.

O percurso da Adriana Sá foi individual e único, e a sua perceção desse tempo irrepetível, mas a música que fixou e criou será também um possível ambiente musical para a memória coletiva recente dos dias em que todos desacelerámos a cidade que habitamos. Como resultado, talvez escutemos mais e melhor o que nos rodeia: algumas das respostas que procuramos podem estar a pairar no espectro sonoro que nos circunda.

Agora - Adriana Sá
Agora - Adriana Sá
© Vera Marmelo.

28 MAI
– 23 JUL 2020

Streaming
Clique nos links para assistir: 
FacebookYoutube, Instagram
Duração 30 min.
M/6

Adriana Sá: Nota Biográfica

Artista transdiciplinar, performer e compositora musical, Adriana Sá (Lisboa, 1972) tem explorado as múltiplas interligações da música com outras artes e contextos. Entre 1998 e 2009, usou tecnologias de sensores para que a sua música dialogasse com a luz, espaço, movimento, arquitectura ou clima. Desde 2008 desenvolve e actua com um instrumento audiovisual. Este inclui uma zither personalizada e software que processa sons pré-gravados e imagens 3D, mediante a análise do som da zither. 

O seu processo criativo tem sido construído através de diversas residências, como no STEIM (Amesterdão), Metronom Electronic Arts Studio (Barcelona) ou Experimental Intermedia Foundation (Nova Iorque). Apresentou trabalhos site-specific na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Fundação Serralves (Porto), Aomori Contemporary Art Center (Aomori, Japão), Caixa Forum (Madrid, Espanha), Arteleku (San Sebastian, Espanha), Monty (Antuérpia, Bélgica) ou EyeBeam (Nova Iorque, EUA), bem como em festivais como Circular (Vila do Conde), Lisboa Soa, Novas Frequências (Rio de Janeiro, Brasil), Version Beta (Genebra, Suíça) Sonorities (Belfast, Irlanda) ou Ultrasound (Huddersfield, Inglaterra).

Entre 2011 e 2016, Adriana Sá foi investigadora na Goldsmith (Universidade de Londres), onde obteve o doutoramento em "Arts And Computing", pesquisando as relações íntimas entre prática criativa e ciências da percepção. Entre 2016 e 2018 leccionou na Universidade de Coimbra, e desde 2016 lecciona na ESAD (Caldas da Rainha) e na Universidade Lusófona (Lisboa).

Field recordings, zither, software reactivo & mistura

Adriana Sá

gravação ScratchBuilt Studios

John Klima

masterização

Rafael Toral
 

Agradecimentos

John Klima, Rafael Toral, Tó Trips, Pedro Santos, Afonso Serro, Linn Lemyere, Fernando Galrito, Paulo Almeida, Eliane Alves, Felipe Alves Portela e Paulo Silva pelo feedback ao logo do processo criativo. Yaw Tembe e Ricardo Jacinto pela cedência de alguns dos seus sons, processados com o software reactivo. Erin MacGonigle, Shelly Hirsh e Phill Niblock pelo empréstimo de fragmentos do que disseram em 2003, noutros contextos.

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