MAL CELESTIAL

Mal
(latim male)
nome masculino
 

1. O que é mau, ilícito e não é recomendável

2. Conjunto de malefícios ou de coisas que provocam consequências negativas

3. Situação desagradável do corpo e do espírito; situação de desconforto ou de insatisfação

4. Sofrimento psicológico ou moral = AFLIÇÃO, ANGÚSTIA, INQUIETAÇÃO, PESAR, TORMENTO

5. Facto ou acontecimento negativo = DESGRAÇA, INFELICIDADE, INFORTÚNIO

6. Grande desgraça ou conjunto de desgraças = CALAMIDADE

7. Qualidade negativa ou prejudicial = DEFEITO, IMPERFEIÇÃO, INCONVENIENTE, PROBLEMA ≠ PERFEIÇÃO, VIRTUDE

8. O que desabona; conjunto de qualidades negativas

9. Doença = ENFERMIDADE, MOLÉSTIA

10. Lesão

11. Ofensa

 

Fonte: Priberam

Uma conversa entre Marlene Monteiro Freitas e Martin Valdés-Stauber

O MAL COM BOAS INTENÇÕES

Martin Valdés-Stauber: O título de “Mal – Embriaguez Divina” é retirado de uma citação de La Littérature et le mal de Bataille: “Existe uma tendência instintiva para a embriaguez divina que o mundo racional e planeado não consegue tolerar.” Como é que surgiu esta referência e foi este o seu ponto de partida?

Marlene Monteiro Freitas: Foi um pouco por acaso. Já me tinham interessado algumas ideias ligadas à palavra “mal”. Nas línguas latinas, tem um vasto leque de significados que se referem ao inesperado, à dor e ao sofrimento, sendo que também assinala o próprio conceito do mal. No entanto, não estava a conseguir atribuir nomes aos temas que pairavam. E foi por acaso que vi o livro de Bataille na minha estante. Ao ler a palavra no título do livro, consegui finalmente identificar os temas que me interessavam. A forma como Bataille pensa o mal toca-me. Por exemplo, quando distingue entre o mal sádico e o mal cometido com boas intenções; ou entre o mal em si e a figura do diabo. O diabo pode até ser uma figura cómica. Move-se sorrateiramente entre nós e brinca connosco. Se as coisas não estivessem tão más, o diabo seria uma figura fantástica, agradável e colorida. Gostei muito destas pequenas variações do mal. 

“Se as coisas não estivessem tão más, o diabo seria uma figura fantástica, agradável e colorida. Gostei muito destas pequenas variações do mal.”

MVS: Os títulos das suas últimas obras, por exemplo “Bacantes – Prelude to a Purge”, e agora “Mal – Embriaguez Divina” estabelecem uma ligação entre o mal e a purga com êxtase dionisíaco. O que a chama nestas duas forças? Estão em luta entre si?

MMF: São como coisas que conseguimos percecionar, que conseguimos sentir, mas não expressar. A partir do momento que a relação é estabelecida, desaparece. Já se transformou. Quão próximas e, ao mesmo tempo, quão distantes estão a alegria e a dor? É uma relação incompreensível. O choro transforma-se em riso, e depois volta a dor.   

MVS: No seu trabalho, a qualquer momento o luto pode explodir em êxtase, e a exaltação pode implodir em tristeza – aparentemente sem essa mudança súbita ter sido programada a partir do exterior. 

MMF: As pessoas muitas vezes questionam-me sobre a transgressão, ou sobre a disrupção: gosto de frisar que isto não é algo que desejo. Ou seja, pelo menos não conscientemente. Não é o resultado de um esforço consciente, nem mesmo do esforço de não programar algo. Não é algo que eu procuro, não se trata de içar a bandeira da transgressão, mas aparentemente, inconscientemente eu crio espaço para que ocorra... 

“As pessoas muitas vezes questionam-me sobre a transgressão, ou sobre a disrupção: gosto de frisar que isto não é algo que desejo. Ou seja, pelo menos não conscientemente.”

MVS: Bataille aborda a energia transformativa como tumulto, como uma “revolta do Mal contra o Bem.” Está presente na segunda parte do título: “Embriaguez Divina”. Para Bataille, o êxtase divino e o mal podem-se fundir, no sentido em que ambos opõem a organização racional. No entanto, por outro lado, as duas partes do título, mal e embriaguez, podem estar também nitidamente distinguidas uma da outra. 

MMF: Absolutamente, “mal” no sentido da dor, coloca-nos sempre numa posição de dúvida, de impotência. Quando algo nos faz sentir impotente, pode transformar-se numa descida para o abismo. Para mim, é um pouco como quando se cheira ou toca em algo, não nos conseguimos livrar disso. Agarra-nos os pés e não os larga. Continuamos a andar, mas agora com algo mais. Não podemos voltar ao normal depois de o termos testemunhado. 

MVS: Na realidade, Bataille poderá não só estar a dizer muito sobre o “mal”, mas sobretudo, poderá estar a tomar uma abordagem crítica em relação ao “bem” como processo de normalização, de conformação, organização, planeamento, registo e enumeração: “O bem baseia-se num interesse comum que implica uma consideração do futuro.” Em contraste, o mal significa escapar à exploração produtiva ou à quebra de convenções sociais, por exemplo, como fazem as crianças quando se revoltam “contra o mundo do Bem, contra o mundo adulto”; estão “comprometidas com esta revolta para o lado do Mal.” 

MMF: Como é que ele a chamou? “Infância selvagem”? Existe a “ivresse divine” (exaltação divina) e a “enfance sauvage” (infância selvagem), antes de as crianças serem obrigadas a “obedecer às convenções razoáveis dos adultos que são vantajosas para a comunidade,” como sublinha Bataille... 

MVS: ...convenções que os obrigam à constante organização do futuro em vez de agarrarem o epímero, pequenos desvios do guião. Porém, estes “impulsos dispersos, regulados pelo acaso e sempre atribuídos à reflexão incoerente” parecem ser essenciais para os processos criativos. Será o “mal” uma força inerentemente criativa e artística? 

MMF: Para mim assemelha-se aos sonhos: também não os conseguimos programar. Não os podemos realmente controlar. Não podemos dizer que este sonho precisa de ter uma certa estrutura, ou que aquele sonho precisa de ter aquele conteúdo. Não podemos determinar: fala sobre isto, mas não podes falar sobre aquilo. Isto é algo que podemos fazer enquanto estamos acordados. Mas na intimidade dos nossos sonhos, podemos ser maléficos sem sequer possuirmos um julgamento moral sobre o assunto. Por vezes estamos simplesmente a dormir junto de alguém – e de repente temos um sonho que não devíamos estar a ter. Naturalmente, durante o dia, podemos ter momentos fugazes (de que estamos menos conscientes) de algo que nos passa pela mente sem reconhecermos que estamos a quebrar uma regra. A competência da arte é fazer com que tomemos esta consciência mesmo quando acordados.... Fomos todos ensinados a fazer certas coisas de uma certa forma. Mas por vezes sinto mesmo que devíamos estar a quebrar com as expectativas, em vez de as obedecermos. É como uma pintura com a sua moldura. Podemos mover-nos por fora da moldura e pintá-la ao mesmo tempo. Isto não tem necessariamente de significar um grande desvio. Quando falamos no êxtase tendemos a imaginá-lo como algo que explode. Mara mim, não tem sempre esta característica. Pode também ser uma implosão, e muitas vezes, é. 

O PROCESSO DE ENCARNAÇÃO

MVS: Durante os ensaios, as paredes do estúdio foram cobertas com imagens e postais. São estes os pontos de partida para o seu processo de trabalho?

MMF: Não no princípio, quando estou sozinha. Os postais servem como um meio de comunicação. Como as imagens são mais imediatas que as palavras, são portas, impulsos para o processo coletivo. O nosso processo de trabalho é muitas vezes alicerçado na imitação de uns para os outros. No entanto, quando proponho trabalhar a partir de postais, estou interessada num processo de incarnação. Estamos a usar uma imagem direta que não precisamos de criar. É algo imediato que qualquer um pode fazer. 
Michael BorremansMichael Borremans
Michael Borremans

MVS: Os títulos das suas últimas obras, por exemplo “Bacantes – Prelude to a Purge”, e agora “Mal – Embriaguez Divina” estabelecem uma ligação entre o mal e a purga com êxtase dionisíaco. O que a chama nestas duas forças? Estão em luta entre si?

MMF: São como coisas que conseguimos percecionar, que conseguimos sentir, mas não expressar. A partir do momento que a relação é estabelecida, desaparece. Já se transformou. Quão próximas e, ao mesmo tempo, quão distantes estão a alegria e a dor? É uma relação incompreensível. O choro transforma-se em riso, e depois volta a dor.   

MVS: No seu trabalho, a qualquer momento o luto pode explodir em êxtase, e a exaltação pode implodir em tristeza – aparentemente sem essa mudança súbita ter sido programada a partir do exterior. 

MMF: As pessoas muitas vezes questionam-me sobre a transgressão, ou sobre a disrupção: gosto de frisar que isto não é algo que desejo. Ou seja, pelo menos não conscientemente. Não é o resultado de um esforço consciente, nem mesmo do esforço de não programar algo. Não é algo que eu procuro, não se trata de içar a bandeira da transgressão, mas aparentemente, inconscientemente eu crio espaço para que ocorra... 

“As pessoas muitas vezes questionam-me sobre a transgressão, ou sobre a disrupção: gosto de frisar que isto não é algo que desejo. Ou seja, pelo menos não conscientemente.”

MVS: Bataille aborda a energia transformativa como tumulto, como uma “revolta do Mal contra o Bem.” Está presente na segunda parte do título: “Embriaguez Divina”. Para Bataille, o êxtase divino e o mal podem-se fundir, no sentido em que ambos opõem a organização racional. No entanto, por outro lado, as duas partes do título, mal e embriaguez, podem estar também nitidamente distinguidas uma da outra. 

MMF: Absolutamente, “mal” no sentido da dor, coloca-nos sempre numa posição de dúvida, de impotência. Quando algo nos faz sentir impotente, pode transformar-se numa descida para o abismo. Para mim, é um pouco como quando se cheira ou toca em algo, não nos conseguimos livrar disso. Agarra-nos os pés e não os larga. Continuamos a andar, mas agora com algo mais. Não podemos voltar ao normal depois de o termos testemunhado. 

MVS: Na realidade, Bataille poderá não só estar a dizer muito sobre o “mal”, mas sobretudo, poderá estar a tomar uma abordagem crítica em relação ao “bem” como processo de normalização, de conformação, organização, planeamento, registo e enumeração: “O bem baseia-se num interesse comum que implica uma consideração do futuro.” Em contraste, o mal significa escapar à exploração produtiva ou à quebra de convenções sociais, por exemplo, como fazem as crianças quando se revoltam “contra o mundo do Bem, contra o mundo adulto”; estão “comprometidas com esta revolta para o lado do Mal.” 

MMF: Como é que ele a chamou? “Infância selvagem”? Existe a “ivresse divine” (exaltação divina) e a “enfance sauvage” (infância selvagem), antes de as crianças serem obrigadas a “obedecer às convenções razoáveis dos adultos que são vantajosas para a comunidade,” como sublinha Bataille... 

MVS: ...convenções que os obrigam à constante organização do futuro em vez de agarrarem o epímero, pequenos desvios do guião. Porém, estes “impulsos dispersos, regulados pelo acaso e sempre atribuídos à reflexão incoerente” parecem ser essenciais para os processos criativos. Será o “mal” uma força inerentemente criativa e artística? 

MMF: Para mim assemelha-se aos sonhos: também não os conseguimos programar. Não os podemos realmente controlar. Não podemos dizer que este sonho precisa de ter uma certa estrutura, ou que aquele sonho precisa de ter aquele conteúdo. Não podemos determinar: fala sobre isto, mas não podes falar sobre aquilo. Isto é algo que podemos fazer enquanto estamos acordados. Mas na intimidade dos nossos sonhos, podemos ser maléficos sem sequer possuirmos um julgamento moral sobre o assunto. Por vezes estamos simplesmente a dormir junto de alguém – e de repente temos um sonho que não devíamos estar a ter. Naturalmente, durante o dia, podemos ter momentos fugazes (de que estamos menos conscientes) de algo que nos passa pela mente sem reconhecermos que estamos a quebrar uma regra. A competência da arte é fazer com que tomemos esta consciência mesmo quando acordados.... Fomos todos ensinados a fazer certas coisas de uma certa forma. Mas por vezes sinto mesmo que devíamos estar a quebrar com as expectativas, em vez de as obedecermos. É como uma pintura com a sua moldura. Podemos mover-nos por fora da moldura e pintá-la ao mesmo tempo. Isto não tem necessariamente de significar um grande desvio. Quando falamos no êxtase tendemos a imaginá-lo como algo que explode. Mara mim, não tem sempre esta característica. Pode também ser uma implosão, e muitas vezes, é. 

MVS: Não obstante, cada pessoa do grupo tem uma forma muito específica de o fazer, que por sua vez permite a descoberta de novas formas coreográficas. 

MMF: Sim, o mesmo postal produz resultados diferentes. Para mim, a combinação de estarmos extremamente focados em nós enquanto nos observamos é muito importante. Quando começo a trabalhar, tento compreender que tipo de vocabulário vamos descobrir. Papel? Corpos sentados enquanto bustos? Como pode um testemunho ser dado sem palavras? Uso materiais como textos, imagens, música e filmes para nutrir o processo. Infiltram os nossos improvisos e ensaios. Por exemplo, as nossas discussões sobre o tribunal e a dramaturgia dos julgamentos. A ideia da tribuna a espelhar o público esteve presente desde o início. A tribuna obriga-nos a ver melhor, é um lugar de onde vemos o que não veríamos de outra forma. Mas também expõe... 

“A ideia da tribuna a espelhar o público esteve presente desde o início. A tribuna obriga-nos a ver melhor, é um lugar de onde vemos o que não veríamos de outra forma.”

MVS: É frequente no seu trabalho que um objeto ou material desenvolva vida própria. No cenário de “Mal – Embriaguez Divina”, o papel parece circular de várias formas. Existe uma violência simbólica ligada ao papel desde que os corpos começaram a ser integrados num processo disciplinador de burocracia. Como entidades burocráticas, existimos cada vez mais apenas enquanto documentos. Temos “uma existência ancorada no simbólico, um corpo de papel, um coração composto por escrita,” como explica Bernhard Siegert. Em “Mal”, por vezes tudo parece afundar-se em papel e documentos. 

MMF: Não trabalho em lugares onde as pessoas se encontram no meio de um mar de papel. Por vezes acredito que com a digitalização, o papel está a travar uma luta contra o seu próprio desaparecimento. Todos vamos percecionar o papel como um objeto e a máquina burocrática de uma forma diferente, por exemplo, quando pensamos em refugiados (sem documentos). De certa forma, estou cada vez mais atraída por questões políticas, devido a uma experiência específica que me demonstrou que somos obrigados a tentar conhecer mais e compreender melhor as dinâmicas da violência e injustiça. Quero reagir à injustiça intolerável, e a minha forma de reagir é através da coreografia. É esta a linguagem que conheço, e com cada ensaio descubro mais vocabulário. É a esta forma de expressão que me sinto naturalmente atraída. E tenho-me debatido bastante com a minha tendência para generalizar algumas situações... 
Michael BorremansMichael Borremans
Michael Borremans

MVS: ...em metáforas que nos transpõem a todos para um mundo coreográfico. Um nível de imaginação que se aproxima da realidade sem tentar alcançar uma representação precisa.

MMF: Mesmo assim, as metáforas podem ser mais remotas ou próximas da situação particular ou da ideia geral em questão. Tenho tentado perceber como colocar o dedo na ferida através da linguagem coreográfica. Para que não estejamos apenas a circundar, para que exista algo que se possa realmente tocar. 

MVS: Talvez a colocação de questões seja mais importante: Será que todos os tribunais existem para passarem sentenças sobre as crueldades que estão a suceder? Enquanto testemunhas, podem todos falar com liberdade? Sabemos as histórias que devem ser contadas? Apesar de se interessar por julgamentos, não está a recriar um julgamento. 

MMF: Existem algumas incarnações, mas não existe imitação. 

FRANZ KAFKA

NA COLÓNIA PENAL

 

É um aparato peculiar. Como vê, consiste em três partes. Ao longo do tempo, generalizou-se o costume de designar a cada uma destas partes com uma espécie de nome popular. A inferior chama-se a Cama, a de cima o Desenhador e esta do meio o Ancinho. O nome é apropriado. O todo funciona como um Ancinho, mas de uma forma muito mais artística. Já vai perceber. Aqui, sobre a Cama, coloca-se o condenado. Primeiro vou-lhe descrever o aparelho, e só depois o colocarei em movimento. Assim vai conseguir acompanhar melhor. Portanto, como disse, esta é a Cama. O condenado é colocado de barriga para baixo sobre o algodão - nu, naturalmente. Assim que o homem esteja bem amarrado, a Cama é posta em movimento. Estremece com oscilações pequenas, muito rápidas e precisamente calibradas. A verdadeira execução da sentença corresponde ao Ancinho.

A lei que o condenado violou é inscrita no seu corpo pelo Ancinho. O condenado não tem conhecimento da sentença. Seria inútil pronunciá-la. Experiencia-a no seu próprio corpo. Por mais que me custe, vou ter de encurtar ainda mais esta minha explicação. Mas amanhã, quando o aparato estiver novamente limpo – o facto de ficar tão sujo é da sua própria culpa – poderei oferecer uma explicação mais detalhada. Então por agora, apenas o essencial. Quando o homem está deitado na Cama e esta começa a estremecer, o Ancinho desce sobre o corpo. Um leigo não vê nenhuma diferença entre as punições. O Ancinho parece executar o seu trabalho uniformemente. Ao tremer, pica o corpo com as suas agulhas. Já percebeu que não é fácil discernir a inscrição a olho nu, mas o nosso homem decifra-a com as suas feridas. É preciso muito trabalho. Requer seis horas para completar. Mas depois o Ancinho cospe-o para fora e atira-o para o fosso. 

 

Excerto de “Na Colónia Penal” de Franz Kafka 

     

LEITURAS RECOMENDADAS
 

Mahmoud Darwich "La Palestine comme métaphore"

Georges Bataille "A Literatura e o Mal"

Ilan Pappé "Le Nettoyage ethnique de la Palestine"

Hannah Harendt "A Banalidade do Mal"

FILMES RECOMENDADOS
 

"The Specialist" (1999) Filme-documentário de Eyal Sivan sobre o julgamento de Adolf Eichmann

"The Trial" (1962) Filme de Orson Wells, inspirado no livro de Franz Kafka
 

MARLENE MONTEIRO FREITAS

 

Marlene Monteiro Freitas nasceu em Cabo Verde onde cofundou o grupo de dança Compass. Estudou dança na P.A.R.T.S. (Bruxelas), na E.S.D. e na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa). Trabalhou com Emmanuelle Huynh, Loïc Touzé, Tânia Carvalho, Boris Charmatz, entre outros. Criou as peças: "Bacantes – Prelúdio para uma Purga" (2017), "Jaguar" com a colaboração de Andreas Merk (2015), "de marfim e carne - as estátuas também sofrem" (2014), "Paraíso - colecção privada" (2012-13), "(M)imosa" com Trajal Harrell, François Chaignaud e Cecilia Bengolea (2011), "Guintche" (2010), "A Seriedade do Animal" (2009-10), "A Improbabilidade da Certeza" (2006), "Larvar" (2006) e "Primeira Impressão" (2005), obras que têm como denominador comum a abertura, a impureza e a intensidade. Em 2017, A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) atribuiu a "Jaguar" o prémio de melhor coreografia e, no mesmo ano, foi distinguida pelo Governo de Cabo Verde pelas suas realizações culturais. Em 2018, criou a peça "Canine Jaunâtre 3" para a Batsheva Dance Company. Ainda em 2018, a Bienal de Veneza atribuiu a MMF o Leão de Prata na categoria Dança. 

Em 2020, a sua peça "Bacantes – Prelúdio para uma Purga" recebeu o Prémio de Melhor Espectáculo Internacional por parte dos Prémis de la Critica d’Arts Escèniques de Barcelona.

Estreou "MAL – Embriaguez Divina", a sua nova criação, em agosto de 2020 em Kampnagel, em Hamburgo, Alemanha.  

Tem uma colaboração contínua com o O Espaço do Tempo (PT). É cofundadora da P.OR.K, estrutura de produção sediada em Lisboa.

FICHA TÉCNICA

COREOGRAFIA
Marlene Monteiro Freitas

APOIO À PRODUÇÃO
Lander Patrick de Andrade

COM
Andreas Merk, Betty Tchomanga, Francisco Rolo, Henri “Cookie” Lesguillier, Hsin-Yi Hsiang, Joãozinho da Costa, Mariana Tembe, Majd Feddah, Miguel Filipe

DESENHO DE LUZ E ESPAÇO
Yannick Fouassier

APOIO À CRIAÇÃO DO ESPAÇO
Miguel Figueira

DIREÇÃO DE CENA
André Calado

DESENHO DE SOM
Rui Dâmaso

PESQUISA
Marlene Monteiro Freitas, João Francisco Figueira

DRAMATURGIA
Martin Valdés-Stauber

CONFEÇÃO DE FIGURINOS
Marisa Escaleira

PRODUÇÃO
P.OR.K (Bruna Antonelli, Sandra Azevedo, Soraia Gonçalves - Lisboa) e Münchner Kammerspiele (Munique)


DIFUSÃO
Key Performance (Stockholm)

COPRODUÇÃO
Biennale de la danse de Lyon 2020 e Pôle européen de création – Ministère de la Culture/Maison de la Danse en soutien à la Biennale de la danse de Lyon 2020, HAU Hebbel am Ufer (Berlim), Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), International Summer Festival Kampnägel (Hamburgo), Künstlerhaus Mousonturm (Frankfurt), Les Spectacles Vivants/Centre Pompidou, NEXT festival (Eurometropolis Lille, Kortrijk, Tournai & Valenciennes), Ruhrtriennale (Bochum); TANDEM Scène nationale (Douai – Arras); Teatro Municipal do Porto, Theater Freiburg, Wiener Festwochen (Viena), Culturgest

APOIO
Câmara Municipal de Lisboa, Dançando com a diferença (Funchal), Fabbrica Europa|PARC- Performing Arts Research Center (Florença, Itália), La Gare – Fabrique des arts en mouvement (Le Relecq-Kerhuon), Polo Cultural Gaivotas | Boavista (Lisboa), Reykjavík Dance Festival (Reykjavík)

P.O.R.K Associação Cultural é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura I Direção-Geral das Artes.
 

Apresentação cofinanciada pelo programa Europa Criativa da União Europeia, no âmbito do projeto ACT – Art, Climate, Transition

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