ENTRE ABALOS E TREMORES

"Tremor é um breve ciclo de canções sob o signo do terramoto. O Grande Terramoto de Lisboa, outros mais pequenos, os perigos sísmicos do futuro, os inúmeros abalos e tremores que estão à nossa espreita, pelos quais passamos, e aos quais, se tivermos sorte, sobrevivemos."

Pedro Mexia

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A composição Tremor interliga várias tradições que permitem a Nuno Côrte-Real explorar registos que oscilam entre o erudito e o popular. Esta versatilidade é evidenciada pelo quarteto vocal - composto por Ariana Russo, Rita Tavares, Frederico Projecto, Rui Bôrras - que passando de um registo coral para um registo de harmonias vocais de fundo, lhe conferem uma sonoridade que varia entre o pop, o lírico e o operático. Além disso, o recurso a instrumentos como o sintetizador, o set de bateria e a guitarra portuguesa acompanham essa sonoridade.
Esta não é a primeira vez que Nuno Côrte-Real trabalha em conjunto com Pedro Mexia e o Ensemble Darcos. Em 2018, o músico e compositor elaborou em conjunto com Pedro Mexia a ópera Canção do Bandido. E em 2020, num trabalho conjunto com o Ensemble Darcos, foi lançado o álbum Cante by Nuno Côrte-Real.
No próximo dia 18 de Novembro, o álbum Tremor é apresentado num concerto ao vivo na Culturgest.
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© Ensemble Darcos
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© Martin Teschner
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"A pluralidade e o sincretismo que caracterizam a sua obra [de Nuno Côrte-Real] denotam um modo aberto e descomplexado de habitar a música, em franca rutura com os clichés, o determinismo estético e o elitismo típicos da música contemporânea."

Afonso Miranda

Tremor | Nuno Côrte-Real, Pedro Mexia, Bárbara Barradas e Ensemble Darcos

Composto por 12 canções, intercaladas por 3 peças da autoria de outros compositores, Tremor apresenta ao público um exercício abstrato, que tem como ponto de partida palavras e imagens, muitas delas extraídas de documentos históricos - descrições da cidade de Lisboa e da devastação causada pelo terramoto seguido de um marmoto e de incêndios.

O MAIOR DOS MEDOS
LACRIMOSA
FUROR
OS ÚLTIMOS

Nuno Côrte-Real

 

Nascido em Lisboa, em 1971, Nuno Côrte-Real tem vindo a afirmar-se como um dos mais importantes compositores e maestros portugueses da atualidade. Das suas estreias, destacam-se “7 Dances to the death of the harpist” no Concertgebouw, em Amesterdão, “Pequenas músicas de mar” na Purcel Room, em Londres, “Concerto Vedras” na St. Peter’s Episcopal Church, em Nova Iorque, “Novíssimo Cancioneiro” no Siglufirdi Festival, em Reiquiavique, e “Andarilhos” - música de bailado na Casa da Música, no Porto. A sua discografia inclui discos editados nacional e internacionalmente em vários géneros musicais, desde a música de câmara à música coral, sinfónica e ópera.  No mundo cénico, Nuno Côrte-Real tem trabalhado com alguns dos principais nomes da ópera, teatro, literatura e cinema. 
Nuno Côrte-Real já dirigiu Mahler Chamber Orchestra, Orchestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfónica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta del Principado de Astúrias, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras.
É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e em 2003 foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.
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Pedro Mexia, escritor / author 

Pedro Mexia, nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em Direito pela Universidade Católica. Escreveu crítica literária e crónicas para os jornais Diário de Notícias e Público, sendo atualmente colaborador do semanário Expresso. É um dos membros do Governo Sombra(TSF / TVI24). Foi subdiretor e diretor interino da Cinemateca Portuguesa. Publicou seis livros de poesia, antologiados em Menos por Menos (2011), a que se seguiu Uma Vez Que Tudo se Perdeu (2015) e a seleção pessoal de Poemas Escolhidos (2018). Editou os volumes de diários Fora do Mundo (2004), Prova de Vida (2007), Estado Civil (2009), Lei Seca (2014) e Malparado (2017), e as coletâneas de crónicas Primeira Pessoa (2006), Nada de Melancolia(2008), As Vidas dos Outros (2010), O Mundo dos Vivos (2012), Cinemateca (2013), Biblioteca (2015) e Lá Fora (2018, Grande Prémio de Crónica APE). No Brasil, saíram Queria mais é que chovesse (crónicas, 2015) e Contratempo (poesia, 2016). Organizou um volume de ensaios de Agustina Bessa-Luís, Contemplação Carinhosa da Angústia; a antologia Verbo: Deus como Interrogação na Poesia Portuguesa [com José Tolentino Mendonça]; O Homem Fatal, crónicas escolhidas de Nelson Rodrigues; e Nada Tem já Encanto, antologia poética de Rui Knopfli. Traduziu Robert Bresson, Tom Stoppard, Hugo Williams e Martin Crimp. Coordena a coleção de poesia da Tinta-da-china. Em 2015 e 2016 integrou o júri do Prémio Camões.
 

Bárbara Barradas, Soprano

Bárbara Barradas, Soprano Lirico-coloratura, apontada por Ingo Kolonerics Intendant - Opera im Berg Festival, como “an outstanding artist, a born singer (...) with a round and beautiful voice, an exceptional stage presence, and a messa di voce that after Caballe was barely to find”. Nascida em Lisboa, estudou canto na EMCN com José Carlos Xavier. Aos 20 anos, bolseira da Fundação C. Gulbenkian, ingressou na GSMD em Londres, onde estudou com Susan Waters, concluindo o Bmus e Mmus em Canto com Distinção. Fez parte do Flandres Opera Studio e da WIAV dirigida por Dennis O’Neill e Dame Kiri Te Kanawa. Actualmente estuda com Lúcia Lemos e Paula Anglin. Participou em Masterclasses com Mara Zampiere, Ann Murray, Graham Johnson, Yvonne Minton, Sarah Walker, Dennis O'Neill, Dame Kiri Te Kanawa, Nelly Miricioui, Tom Krause (ENOA), Andrzej Dobber (ENOA) e Aldona Farrugia (ENOA), Claudio Desideri, entre outros. Ganhou vários prémios nacionais e internacionais, dos quais se destacam o 2o Prémio na Guildhall Aria Award Competition (2009); 1o Prémio e o Prémio do Público no 7o Concurso Lírico da Fundação Rotária Portuguesa; o Donizetti Prize (Papel de Lucia em Lucia di Lammermoor – 2014 no Oper im Berg Festival em Salzburg) no Grandi Voci competition também em Salzburg o 1o Prémio no Concurso Jovéns Classicos do Forum Luísa Todi. 
 

Ensemble Darcos

Ensemble Darcos é um dos mais prestigiados grupos de câmara portugueses, reconhecido e respeitado tanto por especialistas como pelo público. Criado em 2002 pelo compositor e maestro Nuno Côrte-real, tem como propósito a interpretação dos grandes compositores europeus de música de câmara, tais como Beethoven, Brahms ou Debussy, e a música do próprio Côrte-Real, conferindo-lhe, assim, contornos de projeto de autor com uma versatilidade singular. O Ensemble Darcos varia a sua formação consoante o programa que apresenta, de duos a quintetos, até à típica formação novecentista de quinze músicos. Tendo como base o violoncelista Filipe Quaresma, o violinista Gaël Rassaert, o pianista Helder Marques e a violetista Reyes Gallardo, convida regularmente músicos de excelência oriundos de várias regiões do globo, destacando-se, entre muitos outros, o pianista António Rosado, a violetista Ana Bela Chaves, o violoncelista Mats Lidström, os violinistas Massimo Spadano, Giulio Plotino e Junko Naito, ou o percussionista Miquel Bernat. Interpreta regularmente programas líricos, sempre com grande sucesso, convidando alguns dos mais interessantes cantores portugueses, tais como Ana Quintans, Dora Rodrigues, Eduarda Melo, Job Tomé, Lara Martins, Luís Rodrigues, entre outros. Em 2006, o Ensemble Darcos iniciou uma residência artística em Torres Vedras, integrando, desde 2008, a Temporada Darcos então criada também sob a direção de Côrte-Real. Da sua regular e prolífera atividade concertista, destacam-se os concertos na sala Magnus em Berlim, a interpretação do Triplo Concerto de Beethoven, na igreja de St. John’s Smith Square, em Londres, a participação regular nos Dias da Música de Belém, Lisboa, a participação no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim em 2014, e concertos no Budapest Music Center e na Embaixada Portuguesa em Moscovo. Em Janeiro de 2010, o Ensemble Darcos gravou para a RTP uma série de canções de Cole Porter com os cantores Sónia Alcobaça e Rui Baeta, programa apresentado em Lyon, França, em parceria com a Camerata du Rhône. O CD “Volupia” (Numérica 2012) foi o primeiro trabalho discográfico do grupo e inteiramente dedicado à obra de câmara de Nuno Côrte-Real. Seguiram-se “Mirror of the Soul” (Odradek 2016), “Lagarto Pintado” (Artway Records 2019), “Agora Muda Tudo” (Odradek 2019), “Cante” (Odradek 2020) e “Time Stands Still” (Artway Records 2020).
- Resume

Tremor

 

1 - Temor e tremor
2 - O maior dos medos
3 - Em minutos
4 - La terra trema
5 - Actus Tragicus (Bach/Côrte-Real)
6 - Labaredas
7 - Ajuda 
8 - Glória do mundo (Chopin/Côrte-Real) 
9 - Furor
10 - Elementos
11 - Os últimos
12 - Estrepitoso ocaso
13 - Lacrimosa 
14 - Aus Liebe (Bach/Côrte-Real)
15 - Viver dos vivos

 

FICHA TÉCNICA

Ariana Russo - Soprano
Rita Tavares - Contralto
Frederico Projecto - Tenor
Rui Bôrras - Barítono

 

ENSEMBLE DARCOS

Nuno Inácio - Flauta
Paulo Guerreiro - Trompa
Gael Rassaert - Violino I
Paula Carneiro - Violino II
Reyes Gallardo - Viola d’arco
Filipe Quaresma - Violoncelo
Pedro Wallenstein - Contrabaixo
Helder Marques - Piano
Carolina Coimbra - Harpa
Marco Fernandes - Percussão
Miguel Amaral - Guitarra Portuguesa 
Ana Luísa Monteiro - Piano e sintetizador

 

DESENHO E OPERAÇÃO DE SOM
Colin Pink 

IMAGENS
© Jorge Carmona
© Ensemble Darcos
© Martin Teschner

EDIÇÃO
Carolina Luz

REVISÃO CONTEÚDOS
Inês Bernardo