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HACKEANDO A MÁSCARA

HACKEANDO A MÁSCARA

Alexander Gerner, Charles Fréger, Dieter Mersch e Marco Martins

HACKEANDO A MÁSCARA

Alexander Gerner, Charles Fréger, Dieter Mersch e Marco Martins

A partir da nova criação de Marco Martins, este debate hackeia as múltiplas dramaturgias das máscaras. Como médium e palco por excelência da figuração do Outro, as máscaras mostram, escondem e performam profundas tecnologias humanas do jogo. Rosto e máscara diferem e ressoam entre si. Desde as crenças sobrenaturais, as máscaras lidam com o que fascina e é temido, transformando quem as usa em híbridos para além das dicotomias cultura/natureza, animal/humano e verdadeiro/dissimulado. Nesta era digital impulsionada pelo poder dos algoritmos, somos confrontados com avatares, oráculos de Big Data e Deep Fakes que perturbam as nossas crenças. Durante a pandemia do coronavírus, uma multidão parcialmente vestida com máscaras selvagens e roupas rituais invadiu a colina do Capitólio dos Estados Unidos. Devemos temer as configurações contemporâneas de homens selvagens e as reconstituições tribais de máscaras selvagens? Como é que os artistas colocam as máscaras em palco hoje? As máscaras podem desviar, recriar, suspender ou até dissolver a nossa noção de realidade? 

MODERAÇÃO 

Cíntia Gil

Para construir “Selvagem”, Marco Martins andou de câmara na mão à caça de caretos e demais bichos caretas antes de chegar a uma conclusão. O resultado dessa investigação tem tanto de curioso como de divertido. Imaginem os rostos do Rafael, do Luís ou João a partir das suas vozes. Com ou sem máscara, e claramente com caretos.
© Charles Fréger. Wilder Mann - The Image of the Savage (2010-).

29 MAR 2022
TER 18:30

Pequeno Auditório

Entrada gratuita*
Duração 2h

*com levantamento de bilhete 30 min. antes do início da sessão (sujeito à lotação da sala)

Em inglês

Biografias

Marco Martins

Marco Martins nasceu em Lisboa em 1972. O seu trabalho artístico inclui o Cinema, as Artes Visuais e o Teatro. Os seus filmes foram premiados nos principais Festivais Internacionais (Cannes, Veneza ou Roterdão). Fundou o Arena Ensemble com Beatriz Batarda em 2007. Desde essa data, apresentou-se regularmente nos principais palcos nacionais, tendo apresentado várias peças a nível internacional, muitas delas com comunidades específicas incluindo artistas profissionais e não-actores.

 

Charles Fréger

Charles Fréger é um artista, fotógrafo, que se tem empenhado em criar a colecção “Retratos fotográficos e uniformes”, uma série dedicada a grupos de desportistas, soldados ou estudantes, centrada sobretudo no que vestem, no seu uniforme, com fotografias tiradas na Europa e em todo o mundo. “Faire face”, a sua primeira série, deve o nome à convicção do artista de que o embate subtil que é o encontro do fotógrafo e do seu sujeito é o melhor modo de apreciar o que num ser é substancial, bem como a sua pertença a um corpo social. A solidariedade e o espírito de equipa é o que move estes indivíduos cuja indumentária, e o modo como a vestem, é a expressão do “encarnar o personagem” ou do “julgar pela aparência”. Mas o lado uniforme, estático, da imagem fotográfica, que neutraliza a presença do fotógrafo e promove a fidelidade à imagem fotografada, é apenas aparente. A escolha de uma pose, o detalhe das mãos ou das linhas do rosto, a importância dada à composição da imagem repõem a intensidade da presença, o ajuste entre a pessoa e o seu mundo e o seu lugar na sociedade.  https://www.charlesfreger.com

 

Dieter Mersch

Dieter Mersch é filósofo e professor na Universidade das Artes de Zurique. Estudou matemática e filosofia em Colónia, Bochum e Darmstadt. Entre 2004 e 2013 foi Professor Associado de Teoria dos Media e mentor do Programa de Formação Doutoral intitulado “Visibilidade e Visualização: Pensar com Imagens”. Entre 2013 e 2021 ocupou o cargo de director do Instituto de Teoria Crítica da Universidade das Artes de Zurique, Suíça, e foi Professor de Teoria Estética. Publicações recentes: Ordo ab Chao / Order from Noise, Zurique / Berlim 2013, Epistemologies of Aesthetics, Zurique / Berlim 2015, Manifesto of Artistic Research. A Defense against its Advocates, Zurique/Berlim 2020 (em associação com Silvia Henke, Nicolaj van der Meulen, Thomas Strässle e Jörg Wiesel) e ainda ensaios sobre Filosofia dos Media, Teoria da Arte, Investigação nas Artes, Teoria da Imagem, Musicologia e Crítica Digital.

 

Alexander Gerner

Alexander Gerner é dramaturgo, curador, orientado para o estudo e investigação no campo da filosofia da tecnologia humana (PHILHUMTECH) no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL). É doutorado em História e Filosofia da Ciência. Tendo-se dedicado ao tema do Aprimoramento Cognitivo, investiga hoje os aspectos interdisciplinares de temas como: a filosofia da tecnologia, a tecno-antropologia de performance, as dramaturgias da tecnologia, humanos artificiais, avatares, a estranheza digital, mimesis e alteridade, a facies pós-humana e máscaras digitais no âmbito da pesquisa “Hacking Humans: Dramaturgies and Technologies of becoming other” [DL57/2016/CP1479/CT0062]. O hacking é percebido como um método pelo qual a tecnologia se multiplica, assim se voltando para novos modos de interagir e para se tornar um “Outro”.

 

Cofinanciado

Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL)

Cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia no âmbito do projeto ACT – Art, Climate, Transition

ACT Art Climate Transition

Curadoria
Alexander Gerner, CFCUL

Parceria
Culturgest, Arena Ensemble, CFCUL
 

Este evento é cofinanciado pelo Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL), [FCT UIDB/00678/2020] no âmbito do projeto “Hacking Humans. Dramaturgies and Tecnologies of Becoming Other” [FCT 12343/2018: 2404]

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