Porque Contamos Histórias?
Porque Contamos Histórias?
Porque contamos histórias? Este é o mote para uma conversa a três vozes com quem conta histórias, sejam ficcionais, reais, ou um cruzamento entre ambas. Refletimos sobre a necessidade humana de criar narrativas, não apenas para representar o mundo e o seu passado, mas para o revelar em todas as suas possibilidades, e fazendo-o viver da forma única que, por vezes, só a literatura consegue revelar. Contar histórias é como lançar sementes, ativa gestos quotidianos de memória, de cuidado, de persistência. Nesta conversa, exploramos também a importância pessoal e política da ficção, um lugar onde a palavra se torna resistência e o imaginário território de contágio. O encontro reúne três escritoras que exploram estes caminhos através da escrita - Djaimilia Pereira de Almeida, autora de vários livros de ficção e sobre literatura, Inês Brasão, socióloga e historiadora, que tem recuperado a história esquecida do trabalho servil, e Inês Lampreia, autora de No tempo dos Super Heróis (2024)que, a partir de memórias contadas pelos avós, evoca a vida e a resistência do campo alentejano em meados do século XX.
22 JAN 2026
QUI 19:00
Entrada gratuita*
Duração 2h
Em português
*mediante pré-inscrição disponível em culturgest.pt ou levantamento de bilhete 15 min. antes (sujeito à lotação da sala). As pré-inscrições não levantadas são disponibilizadas 15 min. antes do início da conferência
BIOGRAFIAS
Djaimilia Pereira de Almeida é escritora. É autora de vários livros, entre os quais Esse Cabelo, Luanda, Lisboa, Paraíso, As Telefones, Três Histórias de Esquecimento, Ferry e Toda a Ferida é uma Beleza, vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2024. Os seus livros e ensaios receberam vários prémios, incluindo o Prémio Oceanos, e estão traduzidos em dez línguas. Em 2023, Djaimilia recebeu o Prémio FLUL Alumni, atribuído pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou. Em 2025, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, concedido pela Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra literária. Ensinou na New York University. Escreve na Quatro Cinco Um e no Observador. Nasceu em Luanda.
Inês Brasão é Professora de Sociologia no Politécnico de Leiria desde 1997 e doutorada em Sociologia e Economia Histórica pela NOVA FCSH. Em 1998, foi distinguida com o Prémio Carolina Michaelis de Vasconcelos. Em 2011, obteve o Prémio Maria Lamas pelo estudo da condição servil doméstica em Portugal, o qual deu à estampa o livro “O Tempo das Criadas”. Desde 2020, coordena o Arquivo digital de História do Trabalho Servil Doméstico - Memórias de Servidão - DHLAB-IHC-NOVA FCSH. Entre outros livros, publicou Fêmea, uma história Ilustrada das Mulheres; Dons e Disciplinas do Corpo Feminino e Hotel, os Bastidores. Os seus interesses repartem-se pela história social, história do trabalho e história das mulheres. É investigadora integrada no IHC (Nova FCSH) e colaboradora no CITUR, (IPL).
Inês Lampreia é escritora de ficção e prosa poética. Foi premiada em 2011 pela Casa do Alentejo, com o conto Cinco Dedos de Cortiça. Tem publicado em diferentes editoras tais como Editora Urutau, Edições Pasárgada, Centro Mário Cláudio, Universidade de Uppsala e Kultivera Editions, e em revistas internacionais. Desenvolveu projetos de escrita e leituras com pessoas na situação de sem-abrigo, reclusos da Ala Psiquiátrica Forense do Parque de Saúde de Lisboa, jovens emigrantes e estudantes em situação de exílio. Entre 2016 e 2021, foi uma das escritoras responsáveis e participou no projeto Young Writers Lab — um laboratório internacional de escrita. Mais recentemente concebeu, durante dois anos, um projeto de escrita com um grupo de pessoas da Bósnia, Síria, Ucrânia, Turquia e Suécia que resultou na performance literária Gestures or Acts of Disappearance. A sua obra literária articula uma visão crítica do humano, insistindo nas fissuras da experiência. Escreve as Crónicas da Pós-Normalidade para a plataforma de divulgação cultural Coffeepaste, onde propõe uma leitura crítica do presente, questionando ideias de produtividade, eficácia e normalidade num mundo em constante aceleração. Inês Lampreia é licenciada em jornalismo (ESCS-IPL) e mestre em comunicação, cultura e tecnologias da informação (ISCTE). Foi jornalista e tem, a par da literatura, desenvolvido um percurso profissional na área da comunicação cultural. É professora assistente convidada na Escola Superior de Dança (IPL), desde 2022, onde leciona a unidade curricular de Comunicação em Artes; Desenvolve formação na área da comunicação cultural e escrita em diferentes estruturas institucionais e independentes, um pouco por todo o país.