Chegamos a corpo-escuta / a body as listening conscientes do enorme caminho que Joana Sá trilhou até chegar a este espetáculo. Em seu e nosso redor, deixará a body as listening–resonant cartographyof music (im)materialities como um projeto artístico de envergadura rara, que inclui ainda a edição de um disco, um livro, uma instalação virtual autónoma, mas complementar ao livro e uma conferência-performance. Mas a atenção ao corpo e à escuta começa bem antes, indo até às suas outras obras editadas e apresentadas – through this looking glass, de 2010, e Elogio da Desordem / In praise of disorder, de 2013 – que, de certo modo, iniciam a trilogia que agora encerra. Ou seja, um corpo de trabalho notável e idiossincrático em que instrumentos ganham vidas performativas próprias e em que o corpo performativo, ressoando, se torna, ele mesmo, instrumental. Desafiando e (re)alimentando os nossos sentidos e extra-sentidos, corpo-escuta desconstrói as nossas convicções,enraizadas em chão firme cimentado de dualidades – sujeito/objeto, eu/outro, controlo/fora de controlo, dentro/fora).