Este evento já decorreu.

Profanações

Território #3

Profanações

Território #3

Curadoria: David Revés

Profanar corpos e objetos; profanar imagens ideais e edifícios glorificantes; profanar o Tempo, profanar a História. Roubando o título ao livro de Giorgio Agamben, Profanações reclama um território constelar que agencie movimentos capazes de promover um questionamento acerca de certos mecanismos de poder, estruturas de dominação des corpes e des mentes, regimes de moralidade, hábitos domesticadores, identidades normalizadoras e hierarquias imóveis, lugares e espaços expectáveis.

Pretendendo igualmente contribuir para avaliar alguns dos critérios de hiper-racionalidade e controlo que têm conduzido o chamado Progresso Histórico, assim como muita da maquinaria de mobilização cinética sob a qual as sociedades se têm orientado, nesta exposição reúnem-se gestos que se afirmam enquanto forças emancipatórias perante dispositivos de previsão, rigidificação e homogeneização da experiência.  Da mesma forma, convocam-se imagens, materialidades e subjectividades continuamente renegadas, lateralizadas, escondidas ou consideradas transgressoras, sujas e dissidentes.  

Em Profanações caminharemos ao redor de obras que se situam entre o transcendente, o telúrico, o macabro e o visceral, apresentando propostas originadas num diálogo íntimo com a religião, bruxaria, esoterismo, alquimia, ritualismos, ficção especulativa, ecologia, práticas feministas ou subjectividades e materialidades queer. Cruzando-se com estas, encontraremos também perspetivas que visam uma relação mais livre e liberta de tabus com a sexualidade ou alguns estereótipos conotados com universos próximos da pornografia. 

Em tudo isto haverá, contudo, uma sensação latente: a que toma a Carne, a Matéria e a Terra — e todas as suas pulsões, metamorfoses, paixões, insídias, tumultos, ciclos de vida e de morte — como forças potentes, radicais e absolutas.

© Renato Cruz Santos.
© Renato Cruz Santos.
© Renato Cruz Santos.
© Renato Cruz Santos.

Como nasce uma exposição? Através de que processos? Território é um novo ciclo de programação de artes visuais da Culturgest. A cada nova exposição, uma curadoria explora o seu território. Uma conversa com David Revés sobre o seu território, para ver no espaço Fidelidade Arte e na Culturgest Porto.
© Renato Cruz Santos.

30 SET 2023
– 14 JAN 2024

Culturgest Porto
Entrada gratuita

INAUGURAÇÃO (entrada livre)
29 SET, 22:00 - 00:00

HORÁRIO:
TER - DOM
13:00 - 18:00

A exposição contém obras com conteúdo sexual explícito e em acesso direto ao público. Não é permitida a admissão a menores de idade, exceto se acompanhados por encarregados de educação e à sua responsabilidade.

Biografia David Revés

David Revés [1992, PT] é curador independente, escritor e investigador. Vive e trabalha entre Portugal e a Suécia. Tem um mestrado em Estudos Artísticos (FBAUP) e uma pós-graduação em Ciências da Comunicação — Culturas Contemporâneas e Novas Tecnologias (FCSH — UNL). É fundador do Metanoia, um projeto nómada que organizará, a partir de 2024, um programa de exposições, seminários e publicações em torno de narrativas de extinção e linguagens especulativas. Enquanto curador, desenvolveu projetos expositivos para diversas instituições, tais como: Associação Alfaia, Loulé; Fundação DIDAC e Igrexa da Universidade, ambas em Santiago de Compostela; Casa da História Judaica, Elvas; Museu Municipal de Faro; e Galeria Uma Lulik__, Appleton, Fundação Leal Rios, Rua das Gaivotas 6, Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva, Galeria Liminare, Carpintarias de São Lázaro, Casa do Capitão, todas em Lisboa; entre outras. Foi programador e curador da Galeria Painel, Porto, curador residente na Fundação DIDAC, Santiago de Compostela, Espanha, e integrou a equipa curatorial do CINENOVA — Interuniversity Film Festival. Como crítico e investigador colaborou com instituições portuguesas de referência, tais como o Museu Nacional Soares dos Reis, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, BoCA: Biennial of Contemporary Arts, Centro de Arte Oliva, ou ainda o Centre d'art contemporain (CAC) - Meymac, França. Em 2022 organizou a residência “Towards the Planetary” na Associação Alfaia, Loulé, convocando artistas, artesãos, autores e outros curadores em torno do pensamento da natureza, cultura, tecnologia e do Planetário. Desenvolve regularmente uma atividade crítica e ensaística para revistas especializadas, livros de artista, edições académicas, palestras e seminários. Os seus textos foram já publicados na DARDOmagazine [Espanha], Floating Projects [China], ExibartMagazine [Italia], SUMAC Space [Médio Oriente] e BoCA blog [Portugal]. É colaborador regular da revista portuguesa Contemporânea.

Parceria

Fidelidade Arte

Com obras de: Albrecht Dürer, Annie Sprinkle & Beth Stephens, António da Silva, Christine Henry, Foma Jaremtschuk, Francisca Sousa, Igor Jesus, Isabel Cordovil, Jol Thoms, Mariana Barrote, Mariana Gomes, Mauro Ventura, Odete, Paulo Serra, Pedreira, Pedro Moreira, Plastique Fantastique, Rasmus Myrup, Sonja Alhäuser.

Partilhar Facebook / Twitter