O percurso artístico de Tony Conrad pode ser visto como uma permanente batalha contra os efeitos restritivos das normas e da autoridade. O seu espírito crítico permitiu-lhe ler, como poucos, o modo sinuoso como essas restrições se impõem no tecido social; a sua mente criativa deu-lhe as ferramentas para desmontar e, posteriormente, responder a essas mesmas restrições, de forma muitas vezes divertida e bem-humorada. Música de uma nota só, filmes cozinhados e outros que duram uma vida inteira a captar, ferramentas acústicas, os limites do ecrã e do enquadramento da máquina de filmar, a subordinação hierárquica, a ausência de representação social ou o processo de envelhecimento e a inevitabilidade da morte, são todos temas presentes na obra deste que foi um dos mais influentes artistas dos últimos cinquenta anos.