Coletivo de Público Residente: Sessões Abertas
Coletivo de Público Residente: Sessões Abertas
Embora o termo commons tenha tido origem na Idade Média, referindo-se a terras partilhadas por toda a comunidade, foi na viragem do novo milénio que adquiriu um significado mais amplo.
Na sociedade contemporânea, em que a produção é maioritariamente imaterial e simbólica, as chamadas práticas comunais vão além da simples partilha física de espaços e bens, abrangendo também a produção colaborativa de saber. A criação artística contemporânea tem vindo, há já algum tempo, a incorporar estes conceitos de partilha — em certas obras, a sua existência depende inteiramente de uma experiência vivida em comum. Assim, as práticas do Comum e o conceito de Espectador Emancipado interligam-se no domínio da prática artística, através de processos em que o poder e o conhecimento são experienciados de forma horizontal e partilhada.
No workshop ARTPRACTICECOMMONS (Os Comuns na Prática Artística), a educadora e investigadora Denise Pollini propõe-se partir de exemplos de projetos artísticos que integram estes princípios, tais como TradeSchool.coop (2009-2019), de Caroline Woolard, ou The Crystal Quilt (1985-1987), de Suzanne Lacy, estabelecer ligações entre os coletivos de públicos residentes e os artistas envolvidos nos três territórios do projeto — Évora, Lisboa e São Miguel — promovendo uma reflexão crítica sobre os modos de apropriação, representação e participação cultural. A sessão, assente em metodologias de investigação artística e pensamento colaborativo, contribuirá para a construção do catálogo colaborativo do projeto, entendido não apenas como registo documental, mas como espaço vivo de pensamento coletivo.