Desde 2024, e sobretudo durante o ano de 2025, Hedera 4tet tem estabelecido um projeto inovador no campo da criação sonora, procurando colocar a sua música em diálogo, ativada por outros artistas e disciplinas, trazendo questões e resultados para o corpo das suas composições e, em última análise, para o âmago da própria essência do ensemble. Abordando as fronteiras entre influência, partilha, interpretação e criação, o grupo convidou artistas de várias áreas para cocriarem com o quarteto, através das suas diferentes práticas. Pedro Carneiro, Gonçalo M. Tavares ou Pedro Calapez foram nomes que forneceram matéria construtora: neste caso, música, mas também literatura ou artes visuais como catalisadores de uma ideia de composição sonora ao vivo, contaminada e contaminante. Na reta final desta enorme empreitada, os violinos de Carlos Zíngaro, Bernardo Aguiar, David Magalhães Alves e Francisco Lima da Silva colocam-se entre os gestos de Vera Mantero — coreógrafa e performer que tão bem tem sabido usar a música e o som nas suas peças —, para dois takes únicos e verdadeiramente irrepetíveis, com música e movimento em intrínseca interlocução criativa.