João Penalva
João Penalva
Curadoria: Bruno Marchand
Em meados dos anos de 1990, João Penalva (Lisboa, 1949) iniciou uma categoria de obras absolutamente singular. Depois de estar anos dedicado à pintura, as suas peças começaram a ganhar escala e a compor-se de materiais diversos, como fotografias, vídeos, desenhos, documentos, diapositivos, cartas e todo o tipo de anotações e manuscritos. Embora parecessem instalações, não era exatamente disso que se tratava; as interações daqueles materiais não concorriam para chamar a atenção para o espaço físico da galeria nem para a experiência concreta da sua ocupação. Pelo contrário: elas fundavam um espaço ficcional, onde textos e imagens contribuíam para o desenrolar de narrativas à medida da nossa curiosidade e imaginação associativa, como se estivéssemos dentro de um cabinet d’amateur ou de uma sala de evidências da qual se ausentou o inspetor.
Esta exposição comemora trinta anos desta vertente particular da obra de João Penalva, através da reposição de uma dezena e meia das suas peças mais emblemáticas, incluindo, fruto de uma colaboração com as Galerias Municipais, a reposição da seminal “A Coleção Ormsson” no Pavilhão Branco, onde foi originalmente apresentada.