Que contacto com o céu noturno podemos ter ainda nas vilas e cidades? Como estamos a poluir a noite com todo o nosso deslumbramento elétrico? Se considerarmos as estrelas ou a Via Láctea como um património natural, como nos podemos permitir apagá-las da memória com o nosso excesso de luz? 

Do espaço testemunhamos enormes áreas iluminadas a cobrir a Terra. O crescimento urbano invadiu reservas naturais e desregulou ecossistemas noturnos, introduzindo a luz na vida de espécies que dependem da noite escura. Observatórios astronómicos deixaram de realizar observações científicas e estão hoje reduzidos à categoria de museus.

Raul Cerveira Lima, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), Universidade de Coimbra e Politécnico do Porto, e Martin Pawley, da Ío, Agrupación Astronómica Coruñesa, crítico e programador de cinema, ambos especialistas em poluição luminosa, conversam sobre a luz, os seus excessos, e modos simples de as pessoas, as instituições, a arquitetura e o urbanismo preservarem a noite e o nosso contacto com o Cosmos.