“Eu tinha aspirado a ser pintor… Mas por volta da época em que entrei na escola de arte, ficou de certo modo claro que isso não ia acontecer. Eu gostava de narrativa, de filmes de série B, do génio obscuro da má arte e de cinema de baixo orçamento… [O filme Two Faces Have I] veio provavelmente desse recanto intuitivo da minha alma de pintor. Nas poucas vezes que o vi, nunca acreditei que a versão jovem e chico-esperta de mim que o realizou pudesse saber que algo nele me transcendia. Tem a tristeza animista de tudo o que tentávamos fazer, daquilo para que trabalhávamos arduamente e que viríamos a abandonar.”
 – Inga, 2023, sobre a obra de Chris Langdon

Ampersand – uma plataforma artística que inclui, mas não se limita à conceção de exposições – reúne obras de Jana Euler, Sylvie Fanchon e Pati Hill que orbitam a filmografia de Chris Langdon, “o mais importante cineasta desconhecido na história da vanguarda de Los Angeles”. Retirado do filme de Langdon, de 1973, o título da exposição poderia também referir-se às suas duas apresentações (agora em Lisboa e a partir de maio no Porto), às múltiplas vidas dos seus protagonistas, ou ao gesto transformador através do qual algo pode tornar-se outra coisa, nas mãos de cada uma destas artistas.